No meu mais recente corpo de trabalho, mergulho no intrincado tema do "Espelho", uma exploração que funde harmoniosamente os reinos da realidade e dos sonhos, guiada pelos princípios do Onirismo. Este tema, dividido em quatro capítulos—Norte, Sul, Oeste e Este—serve como uma metáfora profunda para a auto-reflexão, o crescimento e a natureza multifacetada da experiência humana.
Onirismo e a sua influência na arte
O Onirismo, um conceito artístico e literário que se inspira nos sonhos e na mente subconsciente, desempenha um papel fundamental no meu processo criativo. Esta abordagem permite-me explorar a linguagem simbólica dos sonhos, onde a realidade se entrelaça com o fantástico. É através desta lente que exploro o tema do "Espelho", usando-o como um canal para examinar as camadas mais profundas da psique humana.
O Tema do "Espelho"
Os espelhos têm sido, há muito tempo, um símbolo de auto-reflexão, introspecção e da dualidade da natureza humana. No meu trabalho, o tema do "Espelho" vai além da sua interpretação literal, incorporando a ideia de ver-se a partir de múltiplas perspectivas e compreender as diferentes facetas da nossa identidade. Cada capítulo—Norte, Sul, Oeste e Este—representa um aspecto único desta exploração, capturando a essência de como percebemos e interagimos com o nosso eu interior.
Capítulo: Norte - As Profundezas da Auto-Conhecimento
O capítulo Norte explora as profundezas da auto-consciência, onde o espelho torna-se uma ferramenta de introspecção. Aqui, as obras refletem a jornada interior, destacando o processo de compreensão dos nossos desejos, medos e verdades mais profundos. Através do uso de superfícies escuras e refletivas, estas peças evocam um sentido de mistério e contemplação, convidando os espectadores a embarcar na sua própria jornada de auto-descoberta.
Capítulo: Sul - O Eu Passional
No capítulo Sul, o espelho captura os aspectos vibrantes e apaixonados da nossa identidade. Esta seção do tema explora as emoções e experiências que nos movem, representadas através de cores ousadas e composições dinâmicas. As obras deste capítulo celebram a intensidade da emoção humana e as formas como as nossas paixões moldam a nossa compreensão de nós mesmos e do mundo à nossa volta.
Capítulo: Oeste - O Eu Sombrio
O capítulo Oeste é uma exploração do eu sombrio, as partes da nossa identidade que muitas vezes mantemos ocultas. Inspirado pela psicologia junguiana, este capítulo mergulha nos aspectos mais obscuros e complexos da psique. O espelho aqui torna-se um portal para confrontar e compreender essas sombras, encorajando uma visão holística de si mesmo. As obras utilizam tons contrastantes e imagens fragmentadas para representar a interação entre luz e escuridão dentro de nós.
Capítulo: Este - O Amanhecer dos Sonhos
Finalmente, o capítulo Este representa o amanhecer de novos sonhos e possibilidades. Esta parte do tema está impregnada com um sentido de esperança e renovação, capturando os momentos de clareza e inspiração que emergem após uma profunda reflexão. O espelho, neste contexto, é um símbolo de novos começos, onde o reflexo é um de crescimento e transformação. As obras deste capítulo são caracterizadas por cores leves e etéreas, e formas fluidas, evocando um senso de otimismo e movimento em frente.
Porquê o Onirismo?
O Onirismo permite-me criar uma ponte entre o pensamento consciente e o estado de sonho, gerando obras que possam chegar a um nível subconsciente. Ao incorporar elementos oníricos e imagens simbólicas, pretendo evocar um sentido de familiaridade e introspecção no espectador. O tema do "Espelho", com as suas ricas camadas de significado e simbolismo, é o veículo perfeito para esta exploração, permitindo-me capturar a natureza multifacetada da experiência humana.
Através do tema do "Espelho", convido os espectadores a embarcar numa jornada de auto-descoberta e reflexão, guiada pelos princípios do Onirismo. Cada capítulo—Norte, Sul, Oeste e Este—oferece uma perspectiva única sobre a complexa interação entre os nossos eus interior e exterior. Espero que estas obras inspirem uma compreensão mais profunda do eu e uma maior apreciação pela beleza e complexidade da experiência humana.
Ao abraçar as qualidades oníricas do Onirismo, esforço-me para criar arte que não só reflete o mundo à nossa volta, mas também as paisagens ricas e intricadas dentro das nossas mentes.